O temporal que atingiu Porto Alegre no fim do mês de janeiro, com danos equivalentes aos de um furacão de Categoria 1, colocou à prova a capacidade de resposta de diversos órgãos públicos, entre eles a CEEE. Dos 650 mil clientes na Capital, 450 mil (70%) ficaram sem energia elétrica. Em comparação com o temporal de dezembro de 2014, um dos mais severos em anos recentes, isso representa quase quatro vezes mais clientes desabastecidos. Nunca antes na história a concessionária enfrentou algo parecido.

Logo após o vendaval a Secretaria de Minas e Energia e direção da CEEE já estavam com todas as equipes de plantão nas ruas. Nas horas que se seguiram, esse contingente foi ampliado para 1500 profissionais, com a convocação de funcionários de folga, reforços vindos do interior do Estado, sem contar a mobilização de equipes terceirizadas, contratadas em regime emergencial e o apoio de empresas e cooperativas parceiras. Dois dias depois, mais de 90% dos clientes tinham a energia restabelecida; 80 horas depois, restava apenas 1% do total sem energia.

A CEEE também é a empresa pública mais afetada pelo temporal. O prejuízo chega à casa dos R$ 3,5 milhões. Foram substituídos pelo menos 700 postes, 250 quilômetros de alimentadores e 200 chaves. A Subestação Porto Alegre 4, na esquina das avenidas Ipiranga e Praia de Belas, teve equipamentos e prédio danificados, assim como a Subestação Porto Alegre 5, localizada na esquina da rua Lucas de Oliveira com a Casemiro de Abreu.

O fato é que o desempenho da CEEE nesse último temporal vem ao encontro de uma nova filosofia gerencial à qual a concessionária vem sendo submetida nos últimos meses. Prova disso é o DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora), que tiveram o melhor desempenho em 2015 em relação aos últimos 15 anos. São dados animadores e nos fazem crer que as medidas anteriormente adotadas foram acertadas.

Implementamos fortes medidas de gestão, ampliamos a transparência e temos buscado nos antecipar aos fatos. Neste aspecto, cito a adoção de um sistema de monitoramento permanente dos indicadores DEC e FEC, que antes eram controlados a cada dois ou três meses, permitindo a intervenção de forma coordenada e seletiva. Cito ainda a criação do Comitê de Racionalização de Gastos e a Sala de Monitoramento, para acompanhar de perto os principais projetos e obras. Reestruturamos a dívida e estamos investindo no incremento da receita e no combate das perdas técnicas e comerciais. Além das ações gerenciais, estamos focados na realização de obras, como as sete subestações que serão concluídas e entregues ainda neste semestre, para aumentar a capacidade e confiabilidade do fornecimento de energia.

A CEEE está passando por um momento de transformação, de reversão de resultados e indicadores negativos. Ainda temos um longo caminho pela frente, com diversas medidas a serem implementadas e outras sendo cumpridas além das exigências colocadas pela Aneel, para mantermos a renovação da concessão, conquistada em dezembro de 2015. O certo é que todos, desde a Secretaria de Minas e Energia à direção e funcionários da CEEE, estão empenhados nessa missão de oferecer serviços de mais qualidade aos gaúchos e, principalmente, manter pública e fortalecida a maior empresa estatal dos gaúchos.

Lucas Redecker – Secretário Estadual de Minas e Energia