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Houve evolução nas negociações entre Petrobras e Braskem quanto ao abastecimento de nafta (principal matéria-prima da petroquímica brasileira). Depois de encontro realizado ontem no Ministério de Minas e Energia, em Brasília, a expectativa é de que até sexta-feira as empresas cheguem a um consenso. No momento, a estatal está fornecendo o insumo baseada em um aditivo de contrato firmado em fevereiro deste ano e que se encerra na segunda-feira.

O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, afirma que saiu satisfeito da reunião com o ministro Eduardo Braga. Também participaram do encontro, entre outros, o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Jorge Celestino Ramos, e o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Redecker destaca que as conversas avançaram e se alcançou uma negociação próxima a um ponto de convergência. “Agora, estamos aguardando um posicionamento da Petrobras.” Inicialmente, uma fonte que acompanha as tratativas desde o começo acreditava que a tendência era de que fosse firmado um novo aditivo de seis meses. Porém, depois do evento de ontem, essa fonte adianta que aumentaram as chances de uma reversão de perspectiva e que seja assinado um acordo mais duradouro. “Houve progresso, mas ainda é preciso dar alguns passos para se atingir uma condição definitiva”, diz. Segundo o informante, o ministro estaria inclinado ao acerto de longo prazo, porém é preciso que a Petrobras aceite essa proposta.

Redecker confirma que no encontro foi reforçada a necessidade de um acerto com maior tempo de validade, o que propiciaria garantias para atrair novos empreendimentos do setor petroquímico para o Brasil. O dirigente enfatiza que os governos gaúcho, baiano e paulista (estados que detêm produção petroquímica), assim como o federal, têm uma preocupação econômica e social quanto a uma cadeia que gera cerca de 10% do PIB industrial do País. “Se não pensarmos a longo prazo, não vamos conseguir manter ou atrair investimentos”, adverte. Redecker comenta que o ministro Eduardo Braga concorda com essa opinião. Já o diretor de Abastecimento da Petrobras, informa o secretário, adiantou que será realizada reunião da diretoria da companhia para dar uma posição definitiva.

Os termos do acordo que estão sendo debatidos atualmente são mantidos em sigilo. No entanto, na última negociação travada em fevereiro, uma fonte informou que a Petrobras propôs um custo de nafta para a Braskem 5% superior ao da tabela ARA (Amsterdã, Roterdã e Antuérpia – o preço médio do insumo nestes três grandes mercados). Já a Braskem, que pagava 93% dessa base, queria reduzir para 86% da ARA, o que a Petrobras não aceitou. Sem concordância plena, foi aceita a prorrogação de contrato por seis meses e como referência o valor integral da ARA internacional.

fonte: Jornal do Comércio