Líder tucano conversou com o líder do governo e o líder da bancada petista sobre a emenda ao projeto do governo
A Assembleia Legislativa aprovou ontem, por unanimidade, o projeto que autoriza o Executivo a contratar um empréstimo de R$ 785 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com juro anual de 1,1% e prazo de pagamento de 20 anos. Foram 51 votos a favor e nenhum contrário.
Na tribuna, o líder do PSDB, deputado Lucas Redecker, se disse preocupado com “o aumento do déficit do Estado, o saque no caixa único e o endividamento”, e destacou que a bancada tucana propôs uma emenda ao projeto, para que parte dos recursos recebidos do BNDES fosse aplicada na amortização de dívidas já existentes com juros mais altos. A emenda acabou sendo retirada, em virtude de um acordo com o líder do governo, Valdeci Oliveira (PT), que se comprometeu em apresentar posteriormente onde o dinheiro será aplicado.
Durante o seu pronunciamento, Redecker disse que espera que o líder do governo, Valdeci Oliveira, cumpra com a promessa. Veja parte do discurso de ontem:
(…) “Deputado Valdeci Oliveira, dirijo-me diretamente a V. Exa., que articulou a nossa conversa com o secretário João Motta, na confiança de que, após o governo buscar a aprovação desse empréstimo, venhamos a sentar novamente e conversar justamente para pautar a questão e, acima de tudo, deixar muito claro, neste empréstimo que faremos pelo Estado do Rio Grande do Sul, o abatimento das dívidas, até pela previsão que há na justificativa da matéria.
Tenho a palavra do líder do governo, deputado Valdeci Oliveira, de que vai sentar conosco para que venhamos a conversar, até porque na nossa emenda o governo tem a possibilidade de fazer a amortização das dívidas.
Agora, o que quero externar aqui é a preocupação da bancada do PSDB, de um governo que passou tentando buscar o pagamento das dívidas do Estado, enquanto há um governo estadual, hoje, que aumenta o déficit anualmente, sendo que no ano passado atingiu os 485 milhões de reais negativos. E há o saque contínuo do caixa único, que foi um dos apontamentos da reprovação das contas do governo Tarso Genro, com ressalvas pelo Tribunal de Contas do Estado.
Esta Casa tem preocupação com a dívida dos Estados com a União, e não é uma preocupação da oposição, mas de todos os partidos, de todas as bancadas. Queremos aliviar uma dívida que já foi paga, mas que hoje apresenta juros muito maiores, de forma que devemos muito mais do que pagamos.
Que o governo possa ter a sensibilidade de cumprir a sua palavra. Tenho a certeza de que fará isso, trazendo até nós, bancadas de oposição, a discussão acerca do que pensamos para o futuro do Estado.
Não somos contra os empréstimos, somos contra o endividamento contínuo do Estado, pois o governo já fez muitos empréstimos aos quais votamos favoravelmente. Agora, chega o momento de começarmos a discutir quem pagará essa dívida, de que maneira pagaremos essa dívida e com que juro ela será paga.” (…)