O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo as pessoas que acompanham esta sessão pela TV Assembleia.

Passadas as eleições, tanto o primeiro quanto o segundo turno, os ânimos ainda estão um pouco exaltados. Ainda há debates motivados pelo pleito, sendo o momento de acompanharmos e cobrarmos tudo aquilo que foi discutido e prometido durante a campanha.

No que diz respeito à eleição, vemos que existem métodos diferentes. Tem gente que busca saber o que o eleitor quer, o que ele pretende e necessita em algumas regiões, para então elaborar propostas de governo. O nosso objetivo aqui, sendo tanto da situação quanto da oposição, é fazer com que os governos cumpram tais pautas e possamos de fato tirar as promessas do papel, a fim de que elas se tornem realidade e não fiquem como um mero debate eleitoreiro que se processa a cada quatro anos.

Acompanhamos os debates e vimos que nesta semana houve uma reunião do governador Alckmin com os representantes da presidente Dilma para tratar da seca de São Paulo. A ideia é conseguir investimentos conjuntos do governo do Estado e do governo federal.

Lembro-me que, durante a campanha eleitoral, a presidente Dilma foi algumas vezes à televisão e abordou o problema que assola São Paulo. Agora é o momento de honrar a participação direta na busca de uma solução. Espera-se que o governo do Estado de São Paulo e a presidência da República possam deixar as diferenças de lado para, de fato, cumprirem essa meta.

Fica bem claro o pedido do governador Alckmin ao governo federal: 3,5 bilhões de reais. Destacou o governador: Não são obras para amanhã. O que é para amanhã já está sendo feito. Trata-se, pois, de obras para o futuro. É um planejamento portanto.

Vejo, colegas deputados, que não é problema nenhum para o governo federal encaminhar 3,5 bilhões de reais para o governo de São Paulo, visto que já encaminhou 8 bilhões de reais para o grupo JBS-Friboi via empréstimos do BNDES. É muito mais importante debater a solução para a seca de um dos maiores Estados do Brasil.

Pela reportagem que tenho aqui, o BNDES estava tentando inviabilizar o encaminhamento de alguns documentos ao Tribunal de Contas da União, alegando sigilo bancário. O relator do processo, ministro Augusto Sherman, pediu pareceres jurídicos da presidência do TCU e do Ministério Público junto ao órgão para saber se cabia sigilo bancário nesse tipo de operação. Ambos apontaram que não pode haver sigilo.

Ressalto aqui, com felicidade, que um dos debates de campanha vai sair do papel. Podemos, pois, pensar no futuro. Espero que essa parceria também ocorra quando aqui, nos próximos governos, tivermos alguma necessidade. É nosso desejo que deixemos de lado as diferenças.

Também quero destacar a matéria publicada hoje na Zero Hora: Agricultores relatam tragédias familiares. Estou aguardando pronunciamentos. Deputado Pedro Pereira, tenho certeza de que V. Exa., que é o representante do setor fumicultor da nossa bancada, falará sobre isso nesta tribuna. Estão faltando manifestações relativas aos acusados nessa fraude do Pronaf.

A Zero Hora de hoje deixa muito claro o caso de um produtor rural que tinha apenas duas mudas de roupa, morava em cinco hectares e acabou se suicidando em virtude da dívida com o Pronaf. Ele chegou lá no banco e viu que tinha 36 mil reais de um financiamento para comprar alguns animais, vacas jerseys, dois zebus e seis outros bovinos. Ele não tinha nem estábulo na propriedade dele. Ele só plantava fumo. Ou seja, ele não tinha nem como pedir um empréstimo, porque não tinha onde colocar aqueles animais.

Estamos aguardando que esse assunto seja investigado, que haja resultado, que as pessoas venham aqui debater isso e aqueles que foram acusados tenham condição de dizer o que está acontecendo ou deixando de acontecer.

Esse é um caso grave que envolveu pessoas humildes de regiões do Estado que não sabiam da fraude.

Não tenho dúvida de que a bancada, de uma ponta à outra, tem o mesmo objetivo: que essas fraudes sejam debatidas, que tiremos os culpados de tudo isso, que haja punição e que seja esclarecido esse empréstimo para o governo de São Paulo e essa auditoria sobre esses 8 bilhões de reais do BNDES. Com a auditoria que o Tribunal de Contas da União está fazendo dentro do BNDES para investigar o empréstimo ao JBS de 8 bilhões de reais, fica muito claro que o governo federal empresta para quem convém e acha necessário.

Temos que pensar o futuro para que possamos restruturar o Brasil em cada área relacionada à sua necessidade. Não tenho dúvida de que faremos isso e de que cobraremos isso desta tribuna.

Obrigado. (Não revisado pelo orador.)