O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo o público que nos acompanha.

Primeiramente, quero agradecer a todos os colegas que participaram dessa corrida eleitoral, que disputaram e buscaram o seu espaço no Estado do Rio Grande do Sul.

Passamos quatro anos trabalhando de uma forma ou de outra pelo Estado, em condições ideológicas diferentes e em lados opostos, muitas vezes, nas comissões, na tribuna e no plenário. Mas, sem dúvida alguma, todos nós acreditamos que poderíamos e podemos contribuir para o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul.

Não creio que um governo eleito, independentemente da posição política e ideológica, com um pensamento diferente do nosso, esteja com vontade de não fazer o bem. Todos querem construir e fazer o bem. Agora, nós, evidentemente, temos o nosso posicionamento.

Quero agradecer, da tribuna, primeiramente aos nossos colegas de bancada, que nesses quatro anos estiveram ao nosso lado, trabalhando em conjunto, os colegas da bancada do PSDB, e também a todos aqueles que se dedicaram e se esforçaram para que pudéssemos voltar a ocupar uma cadeira neste Parlamento.

Sentimos muito orgulho ao conseguir representar uma parcela do Estado do Rio Grande do Sul, defendendo a política séria, correta, da justiça, a política de não perseguição ao adversário e, acima de tudo, a política que visa à utilização do cargo que se ocupa para melhorar a vida das pessoas.

Na minha visão, essa foi uma eleição diferente de todas aquelas em que concorri. Foi uma eleição mais difícil, com um número de indecisos muito maior, o que se deve ao descrédito da política e a tudo aquilo que se acompanhou nesses quatro anos, referente àqueles posicionamentos diversos, com que não concordamos aqui, de corrupção, de desvio de dinheiro, de acusação sem comprovação. Isso desgasta a classe política.

Não tenho dúvida de que cada um dos deputados que aqui estão, que concorreram a essa eleição, sendo reeleitos ou não, acabaram acompanhando, nos seus Municípios e nas regiões em que caminharam em busca de voto, essa rejeição à classe política, essa rejeição à maneira de se fazer política, ao modo de arrecadação para a campanha, ao custo de campanha, a como se buscar voto. Vimos como isso se reflete diretamente no resultado das eleições, inclusive a própria estrutura de quem já tem mandato em comparação a quem não o tem.

Com certeza, essas injustiças e disparidades têm sim que ser discutidas no Congresso Nacional para os próximos pleitos, para que possamos ter uma justiça maior na competição do voto e, acima de tudo, uma disputa maior ao se fazer campanha, chegar até o eleitor e encaminhar propostas. Não dá para ficar apenas cuidando da parte interna e estrutural da campanha, como muitos fazem aqui durante as eleições. Sei que infelizmente isso faz parte do jogo.

Àqueles deputados estaduais que se elegeram deputados federais quero pedir que encaminhem o debate da reforma política. Que isso não fique só nos discursos de campanha! Que pelo debate possamos, com posicionamentos diferentes, chegar a um consenso no Congresso Nacional, para que de fato tenhamos uma reforma política que nos dê competitividade! Não queremos ficar eternamente com mandato parlamentar. Queremos que pessoas melhores do que nós venham para nos substituir.

Temos aí um segundo turno pela frente. Nada foi definido ainda. E aproveito para fazer uma referência aos institutos de pesquisa: mais uma vez, muitos demonstraram uma certa tendência, tantos outros, uma certa condição de irresponsabilidade. E nós, tanto para o governo do Rio Grande do Sul quanto para o governo federal, mostramos pelo voto que a realidade não era aquela que os institutos previram.

O segundo turno terá o nosso candidato, senador Aécio Neves. Não tenho dúvidas de que será eleito à presidência da República, evidentemente pelo seu trabalho, pelo bom debate e por suas propostas sérias, sem desqualificar a adversária.

No Rio Grande do Sul, apoiamos a candidata Ana Amélia Lemos no primeiro turno, que fez uma campanha limpa e correta, com propostas. Disse domingo na Rádio Guaíba e aqui repito que nosso partido ainda não definiu nada, mas eu, Lucas Redecker, já tenho meu posicionamento: vou apoiar a candidatura do ex-deputado José Ivo Sartori, do PMDB, porque acredito ser esse o melhor caminho hoje. Estou considerando tudo aquilo que vivemos e debatemos neste Parlamento com relação ao déficit e à má gestão do Estado. Assim escolho para que possamos ter um futuro melhor para o Rio Grande do Sul.

Não quero aqui desqualificar o governo que aí está ou dele falar mal. Estou, sim, manifestando meu posicionamento político pessoal, embasado no debate que fizemos nos últimos quatro anos.

Espero que tenhamos um resultado bom para o Estado e para o País. Espero também que possamos, como cidadãos gaúchos, sair vitoriosos dessa jornada para termos um futuro que, de fato, represente o que almejamos para o Rio Grande. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)