O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados: Inicialmente, cumprimento o deputado Gilberto Capoani que preside a nossa sessão. Estendo a homenagem aos 80 anos do CREA, pela bancada do PSDB, a todos os que vieram aqui prestigiar a tribuna popular. Não tendo a possibilidade de fazer um aparte, quero estender a homenagem da nossa bancada ao Alcides Capoani, que aqui representa o CREA e que sempre está conosco em diversas comissões, nos debates que realizamos na Casa, propondo e desempenhando o seu papel fundamental, que não é apenas representar aqueles que são sócios e os que participam do conselho, mas, acima de tudo, buscar sua função pública de debate, acima de tudo dar o encaminhamento para o desenvolvimento do Estado. Mas eu quero utilizar a tribuna hoje, porque é um hábito que temos aqui nesta Casa, para falar, infelizmente, da segurança do Estado do Rio Grande do Sul. Parece-me que nas quintas-feiras pega-se o rescaldo da semana e utiliza-se a tribuna. As quintas-feiras são os dias de maior debate. Na Zero Hora de hoje, há uma matéria que afirma que empresários foram mortos em Lajeado e em Sapiranga e que a suspeita é de latrocínio. Nadir Terezinha Rodrigues Kuhn, saindo de sua casa, pela manhã, foi baleada na cabeça e roubada. Em Sapiranga, um empresário, chegando pela manhã cedo no seu ateliê, no seu local de trabalho, foi baleado e assassinado. Em Estância Velha, ontem, saindo de sua casa, Adriano de Souza, também empresário, foi baleado e assassinado. Também ontem, em Novo Hamburgo, um comerciante foi baleado na mão por um trio armado. Há duas ou três semanas, o empresário Gabriel Rodrigues, de Novo Hamburgo, foi assassinado na sua casa. Já utilizei esta tribuna para falar sobre o assunto. Ontem, o programa da TVCOM 20 Horas e, se não me engano, o Balanço Geral da Rede Record falaram sobre o mesmo tema, o presídio de Novo Hamburgo. Eu já falei umas cinco ou seis vezes desta tribuna sobre o presídio de Novo Hamburgo. Há sete meses foi denunciado pela TVCOM que, do muro daquele presídio, detentos do regime semiaberto pulavam para fora, voltavam, saíam e cometiam crimes a qualquer hora do dia. Dados da Polícia Civil revelam que 90% dos crimes que são cometidos naquele Município têm algo relacionado com o semiaberto, pela condição de fuga do presídio. Passados sete meses, temos dados iguais aos daquele período, pois continuam pulando o muro do presídio, em função do regime semiaberto, com uma facilidade muito grande. Quem mora em Novo Hamburgo sabe que não existe arame farpado em cima do muro. É por lá que os criminosos saem. Começamos a avaliar a situação, e isto foi demonstrado ontem: existe arame farpado adequado para impedir que os presidiários fujam? Não. Existem guardas nas guaritas? Também não. Existe a condição de vigilância externa do presídio? Também não. E ainda há o índice de fuga do presídio de Novo Hamburgo, que correspondia a quarenta e poucos apenados por mês e, agora, são vinte e poucos. Ou seja, a cada dia e meio ou dois, há uma fuga desse presídio. Pelas filmagens, vemos as pessoas do regime semiaberto pulando o muro e carros aguardando os presidiários, que cometem crimes e para lá voltam para ficar à noite. Portanto, sofremos uma crise crônica, instalada há muito tempo, na questão da segurança no Estado do Rio Grande do Sul. Gostaria que isso estivesse ocorrendo somente na minha cidade, mas não: os dados apontam um aumento dos índices de latrocínio e de homicídio. Eles são muito claros e discutidos pela sociedade, e já questionamos, desta tribuna, a reavaliação do semiaberto de Novo Hamburgo e até de outros semiabertos. Qual é o índice de funcionamento? Qual são as condições de recuperação do detento? Qual é o índice correspondente a pessoas que saem muito piores do que quando lá entraram em função da escola do crime? Sem dúvida, o nosso sistema é atrasado, falido e sem a atenção dos órgãos públicos. Pois, quando estamos no centro de uma cidade, há um presídio em que uns presidiários não são presos. Presos são os moradores que estão em volta do presídio, que vivem com grades, que não podem sair de suas casas, com filhos que não podem brincar nas calçadas, porque é um local perigoso. Dizia-se que a sensação de segurança em volta do presídio deveria ser grande, mas é o contrário. A sensação de segurança é muito pior. A comunidade está pedindo o fim do regime semiaberto. Nesta semana esteve lá o secretário da Segurança Pública para dizer que vai construir um novo presídio, agora que está faltando quatro ou cinco meses para o término do seu governo, pois não teve competência de fazer isso no início da sua gestão. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)