O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo o deputado Cassiá Carpes, que preside esta sessão.

Acabamos de usar a tribuna para tratar do autoritarismo do governador Tarso Genro, que não cumpre as leis que são aprovadas por esta Casa e até as que ele cria. Este é um assunto que abordamos há pouco tempo, quando falamos da Petrobras.

A realidade que o Estado do Rio Grande do Sul vive, não só com relação à legislação, acaba afetando o dia a dia das pessoas, primeiramente, com o problema da infraestrutura energética no Estado. Criamos uma CPI nesta Casa na qual estamos discutindo e debatendo este tema. Segunda-feira, às 14 horas, ouviremos as entidades. É um problema de déficit estrutural.

Em segundo lugar, quando se fala em déficit estrutural, há a dificuldade na ampliação, cuidado e manutenção das rodovias, inclusive as pedagiadas, das quais a EGR tem a obrigação de cuidar e ampliar. Nas últimas duas semanas, escutamos nas rádios e lemos nos jornais notícias sobre o problema do déficit de professores no Estado do Rio Grande do Sul. É inadmissível, quando estamos nos aproximando do mês de abril, que tenhamos diversas escolas no Rio Grande do Sul sem professores e funcionários trabalhando, deixando os alunos à sua espera.

Hoje de manhã, eu estava escutando uma rádio do nosso Estado. Estava falando o secretário da Educação. Esta semana já escutei inúmeros membros da Secretaria da Educação, diretores, secretários e coordenadores regionais de educação, em rádios, para explicar o problema. Quando eles diziam que tudo está normalizado e certo, os ouvintes, os pais, os alunos e os próprios professores e diretores enviavam torpedos relatando a falta de professores.

Quando o secretário hoje desligou, entraram cinco ou seis torpedos. O pai de um aluno dizia que seu filho estava sem professor de Biologia desde o dia tal. Outro dizia que faltava professor de Matemática. Uma diretora, um dia desses, disse, numa rádio, que quem faz o serviço de limpeza é ela porque o Estado não contratou ainda, desde o começo do ano, nos dias necessários, a servente que deveria desempenhar essa função.

Eu me pergunto e pergunto para as pessoas: qual é o futuro dessas crianças, qual é a qualidade educacional que essas crianças terão, no futuro, para disputar o mercado de trabalho, para competir com alunos de escolas particulares, para passar num vestibular federal? Que condição terão de competição, de disputa?

O Estado do Rio Grande do Sul até agora não se alinhou com relação à educação. Espero que este governo, que este desgoverno, possa se alinhar, pelo menos, no que diz respeito às escolas estaduais, colocando os professores nos locais certos e, acima de tudo, suprindo a falta de professores com que sofremos.

A segurança é um outro problema. Lá na minha cidade, Novo Hamburgo – já falei duas vezes desta tribuna –, há um presídio.

A Zero Hora, o site do clicRBS, o Jornal NH, todos eles já publicaram o que ocorre: durante a tarde, o preso pula o muro e sai do presídio – um carro está esperando por ele –, vai no mercado ali perto – e os vizinhos sabem que é presidiário – e depois volta pelo mesmo muro. Já denunciamos isso duas vezes nesta tribuna.

Nesta semana, participamos de uma audiência na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, tratando da falta de segurança no Município.

Houve uma vez em que o comerciante assaltado foi reclamar na prefeitura. Disse-lhe o prefeito que a solução seria iluminar aquela área em que o cidadão tem o seu comércio. Esqueceram de dizer ao prefeito que o assalto ocorreu à tarde e que a luz não teria efeito nenhum.

Hoje estamos inseguros para sair de nossas casas, inseguros para transitar pelo Estado. Inseguros porque não contamos com a efetividade necessária de policiais nas ruas, inseguros porque os policiais estão fazendo o seu trabalho sem o equipamento adequado. E quando se deparam com um bandido, este vem com uma artilharia pesada, quatro ou cinco vezes maior. Se o policial dá um tiro, tem de se explicar por que atirou, tem de relatar o que aconteceu. E mais, se o policial acabar matando um assaltante, terá de responder judicialmente por isso.

Nossos valores estão invertidos. Estão invertidos na educação, na segurança e também no cumprimento das leis do Estado pelo governador Tarso Genro.

Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)